Um incêndio de grandes proporções causou a queima de 9 mil pés de coco anão produtivos numa área de 45 hectares em São Miguel dos Milagres, além da morte de centenas de animais silvestres como sagui, lagartos, cobras e ninhos de pássaros nativos como anum, gaviões e corujas. Segundos os produtores, o incêndio foi criminoso, causado por invasores de áreas públicas pertencentes à Prefeitura de São Miguel dos Milagres. Os proprietários prejudicados procuraram a delegacia municipal na manhã desta terça-feira (18) para fazer um Boletim de Ocorrência, para que sejam realizadas investigações e apuradas as responsabilidades.
O fogo só foi controlado graças dos trabalhadores rurais que lutaram contra o incêndio todo dia de segunda-feira, sem a ajuda do Corpo de Bombeiros de Maragogi. Segundo os proprietários das fazendas de coco, o incêndio provavelmente teve início em uma área pública, próximo ao ginásio de esportes, localizado no povoado de Toque, em São Miguel dos Milagres. O local está ocupado por integrantes do Movimento Sem Terra, que realizam a demarcação de suas ocupações com a realização de queimadas da vegetação nativa.
O incêndio causado ontem destruiu não só a flora e a fauna e os coqueirais como também o solo, que foi preparado durante 15 anos com nutrientes naturais para transformar a região em um local de produção de coco de qualidade e também proteger os micro-organismos existentes no subsolo. Todo o sistema de irrigação subterrânea existente também foi destruído, causando um prejuízo de mais de um R$ 1 milhão.
Os produtores estarão enviando também um documento ao Governo do Estado solicitando a instalação de um grupamento do Corpo de Bombeiros na região da Rota Ecológica, assim como a instalação de uma companhia do Batalhão Ambiental.