Antigo lixão e aterro sanitário Maceió: um risco à população e agressão ambiental
   23 de julho de 2023   │     17:33  │  0

Os moradores de Cruz das Almas, Jacarecica, Guaxuma, Riacho Doce e Garça Torta e Barro Duro, próximo ao Fórum correm risco com a existências de gases acumulados na montanha de lixo, que está escondido sob uma fina câmara de argila e grama, numa área na subida da ladeira Josefa de Mello, vizinho ao Parque Shopping Maceió.

A montanha de lixo, que hoje está sob a camuflagem de um tapete verde, tem aproximadamente 30 metros de altura e 3 milhões de metros cúbicos de resíduos, acumulado durante 36 anos ( 1930-2003). Esse passivo foi gerenciado desde 1967 até 2003 pela Cobel (Companhia Beneficiadora de Lixo) que ficava no acesso ao antigo Lixão na AL 101, próximo a Emater/AL.

Anos depois foi gerenciado pela empresa V2 Ambiental e recentemente pela Horizon. Para manter o lugar a Prefeitura de Maceió preparou os taludes estabilizando riscos de desmoronamentos, fez o replantio com grama, vegetação rasteira, sistema de drenagem de chorume, lagoa de tratamento e instalações de 37 drenos de gás, dentre outras melhorias e ações ambientais previstas em lei.

Segundo o plano de desativação de 2010, o antigo lixão necessita ser monitorado por 30 anos até que a matéria orgânica depositada não venha gerar mais chorume, emissões de gases combustíveis e riscos de poluição ambiental, principalmente por vazamento de chorume (resíduo líquido altamente poluente formado a partir da decomposição do lixo), já que o risco de emissões de gases poluentes nos mais de 30 drenos existentes é pequena. O maior risco ainda é o vazamento deste líquido

TAC

O Termo de Ajuste de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público Federal em 2004 na desativação do lixão, contudo vem sendo questionados por ambientalistas devido ao não cumprimento do que foi firmado.

 

Em 2015  ocorreu o primeiro sinal de uma tragédia anunciado com o desabamento de taludes na porção sul do lixão jogando grande quantidade de lixo e chorume nos terrenos em frente ao Shopping Parque, voltado para a Avenida Josefa de Melo.

 

A suspeita do IMA sobre o desabamento foi a instabilidade do solo e problemas no sistema de drenagem do lixão, bem como, em virtude de acúmulo de bolsões de gases e vazamento de chorume. Já em 2019, surgem novas denúncias, obrigando o IMA a fazer análises na ár

 

E em análises realizadas foi constatado que o chorume estava sendo drenado, pelas redes de águas pluviais para o Riacho de Águas Férreas que tem sua foz na praia de Cruz das Almas, um fato gravíssimo que coloca em risco a balneabilidade das praias de Maceió e por consequência a atividade turística.

 

Denúncias

 

As denúncias de crime ambiental não cessam e continuam a ocorrer e ser denunciados como a falta de manutenção e das ações ambientais pela concessionária V2 Ambiental, que depois foi assumido pela nova concessionária Horizon.

Em 2021, houve suspeita de vazamento de chorume citado no inquérito civil nº 1.11.000.000287/2021-71 aberto pelo Ministério Público Federal, sendo também objeto pelo Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) de coletas e análises da qualidade da água nos riachos locais e na orla da Cruz das Almas, bem como de visitas técnicas e reuniões técnicas, entre Prefeitura de Maceió, ambientalistas, IMA, MPF e MP/AL.

 

 

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