Rota Ecológica ameaçada de perder o conceito “destino de ecoturismo”
   20 de janeiro de 2020   │     6:00  │  2

 

A famosa e charmosa “Rota Ecológica”, localizada no Litoral Norte de Alagoas, à 69 quilômetros de Maceió, com suas pousadas de charme, corre o risco de perder o conceito de “destino para o ecoturismo”, paz e tranquilidade em meio à praias de águas límpidas e longe de qualquer perigo de poluição.  O problema vem valorização imobiliária, que fez surgir a construção de condomínios, que causam grande impacto visual no meio ambiente.

Para exemplificar  o que vem ocorrendo na região vamos citar um fato que mobilizou pescadores, empresários, bugueiros, guias de turismo e ambientalistas. Uma empresa que está erguendo um condomínio de luxo, no meio do santuário ecológico, em São Miguel dos Milagres, cavou uma vala para colocar dutos e construir uma galeria, que eles afirmam ser de águas pluviais.  O local é também onde desovam tartarugas marinhas.

A obra conseguiu a licença do Instituto do Meio Ambiente (IMA) e teria também a autorização federal do Instituto Chico Mendes para Preservação da Biodiversidade (ICMBio). A preocupação de todos, que se mobilizaram para impedir a construção da galeria é que ela se transforme em mais uma língua de esgoto, como existem em Maragogi e Praias de Maceió.

Além disso, a existência de uma galeria jorrando água na Praia de Milagres, afeta o conceito de “destino ecológico”. “Seria uma obra de envergonhar Oscar Niemeyer. Uma atrocidade ambiental de uma brutalidade sem qualificação”, disse um arquiteto renomado de Alagoas, que por questões éticas, pediu para não se identificar.

Segundo ele é inaceitável construir uma galeria, em um paraíso daquele e ainda ter que convencer a todos que não polui e que a água é “limpa”. Contudo é uma “obra que enfeia o ambiente, afetando harmonia em que está inserida”, declarou o arquiteto, lamentando tal brutalidade.

Um empresário do setor de turismo,  também se posicionou e disse que existem alternativas, que deveriam ser analisadas como, por exemplo, construir piscinas de armazenamento dessa água de chuva, para ser reutilizada, além fazer drenos canalizando a água para calha de riachos temporários. “Estamos em pleno século 21 e a engenharia e a arquitetura evoluíram para proporcionar conforto ao homem, mas em harmonia com o meio ambiente, onde está inserido”, finalizou.

 

 

COMENTÁRIOS
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  1. Graça

    A função do IMA eh destruir a natureza.a vida tida fez vista grossa para os bairros Cambona bebedouro e Pinheiro que ESTÃO prestes a,desaparecer. POR conta de irresponsabilidade desse órgão .pior que esse órgão tem sua,sede dentro do bairro ONDE existe todo problema é nunca fizeram NADA .ta na hora ,da população reagir com essas aberrações

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  2. Leonor

    São Miguel dos Milagres, um município de praias paradisíacas está sofrendo com vários problemas, essa invasão das construtoras devastando todo o meio ambiente e a falta de água nas torneiras. As pessoas que lá possuem casas de veraneio correm o risco de chegar lá e não ter um pingo nem nas caixas d’água nem nas torneiras. Já passou da hora do poder público se manisfestar e resolver o problema.

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