Tombamento: casario colonial de Água Branca pede socorro
   21 de julho de 2019   │     6:00  │  0

 

Água Branca completou 100 anos, no dia 2 de junho desse ano, na condição de cidade. Data que passou sem ser lembrada pelas autoridades.  O município possui também 155 anos, como distrito já que foi reconhecido como tal por decreto imperial em 1864. Os primeiros registros de ocupação da aérea, se dá com a chegada da família Vieira Sandes. O primeiro nome dado ao local era Matinha, passando a se chamar depois de Água Branca devido a presença de uma nascente de água muito transparente.  

Água Branca é um dos poucos em Alagoas e na região do Sertão, que possui um conjunto arquitetônico de casarões coloniais e também barroco, mais rico em detalhes e preservado, por incrível que pareça. Embora não seja tombado como patrimônio histórico estadual.

 

Com o tempo e aos poucos o casario começa a sofrer modificações em suas características originais. Alguns ameaça ter sérios danos em sua estrutura, como um dos principais do conjunto, que o casarão número 1, que é o Sobrado da Baronesa de Água Branca, que data de 1860, antes mesmo da elevação a condição de distrito, sendo um marco da história da povoação da região do Sertão.

O sobrado está fechando há mais de 10 anos e possui em seu interior um mobiliário totalmente original do século XVII. Muito da história de Alagoas está lá dentro trancado, sem que o poder público municipal, estadual e Federal se manifeste em favor da preservação desse testemunho de nossa história, que precisa ser preservada para futuras gerações.

Segundo informações colhidas por nós na cidade, a família da baronesa, que detém a propriedade do sobrado, já colocou o imóvel a venda e determinou que ninguém mais tenha acesso ao seu interior. Alguns pequenos empresários que atuam na atividade do turismo na região, já manifestaram interesse em adquirir o imóvel, mas até agora não houve entendimento.

 

O objetivo seria transformar o sobrado da Baronesa em um museu de visitação, tanto para turistas, como para os alunos da rede municipal e estadual de ensino. Alguns pesquisadores e historiadores defendem a imediata desapropriação do imóvel com fins de utilização da coletividade e preservação da história. Enquanto nada é feito, o Sobrado da Baronesa se deteriora fato que já se pode observar.

Sitio Histórico

O Sitio Histórico de Água Branca é formado por um conjunto de casario que ficam em volta da majestosa Matriz de Nossa Senhora da Conceição, um dos templos católico mais lindos de Alagoas.

A Matriz foi erguida pelo Barão de Água Branca, Joaquim Antônio de Siqueira Torres, que também recebeu o título de Comendador da Ordem de São Gregório Magno, concedido pelo Papa Leão XIII. O título de nobre de Barão foi concedido pelo Imperador D Pedro II, quando visitou Água Branca e viu a verdadeira obra de arte que se transformou a Matriz de Nossa Senhora da Conceição.

Diante desses fatos históricos podemos afirmar que Água Branca tem o título de “Cidade Imperial”, com raízes da nobreza do Império Brasileiro e também consagrada por Roma, através do título dado pelo Papa Leão XII, ao Barão de Água Branca.

Com tanta riqueza histórica, Água Branca sofre com o descaso para com a preservação de nossa histórica. A atividade turística, desenvolvida por empresários que amam o Sertão e que são apaixonados pelas belezas da região, pode ser a esperança para salvar a Cidade Imperial do Sertão descaso do poder público.

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