Moradores próximos ao Aterro Sanitário de Maceió denunciam poluição
   3 de junho de 2019   │     20:01  │  0

 

Os moradores das proximidades do aterro sanitário de Maceió, denunciaram que o mau cheiro produzido pelo Aterro Sanitário de Maceió se agravou e que a situação é insustentável e clamam por providencias as autoridades ambientais da Justiça.

Umas das comunidades mais afetadas com a poluição gerada é a do distrito do Andraújo.  “A situação é insuportável! Nos enganaram”, segundo uma das moradoras mais antigas da localidade, Dona Isaurete dos Santos, conhecida Isaura.

Dona Isaura denunciou ainda que o prometido à comunidade, quando o projeto ainda estava em discussão, não foi cumprido. “O mau cheiro é terrível! E os caminhões passam por dentro da comunidade transportando lixo doméstico, lama e até restos de hospitais, dentro das caçambas descobertas”, denuncia ela.

Dona Isaura é líder comunitária do Andraújo e tem mobilizado várias vezes os moradores, para coibir a passagem dos caminhões, quando a situação se tornar insuportável. “Todo mês temos que bloquear o acesso para que a empresa e prefeitura de Maceió tome as providencias necessária para amenizar o mau cheiro. É uma luta diária”, declara ela, dizendo que a situação se tornou insustentável. Para ela a localização do Aterro foi um grande erro cometido e que precisar ser revisto.

A líder comunitária disse ainda que os moradores não foram convidados pelas autoridades para serem ouvidos, quando de uma visita “programada” e que aconteceu no dia 17 de maio. “Vimos quando dos carros dos convidados passaram por aqui, acompanhados do veículos e reportagens, que sequer pararam para nos ouvir sobre esse o problema”, declarou ela.

“ Somos seres humanos e as autoridade têm que procurar nos ouvir”, desabafou ela, avisando que vai iniciar um movimento, para pedir a interdição do aterro sanitário. “Vamos nos unir. Bloquear o acesso e nos juntar aos moradores de Guaxuma, Riacho Doce, Carminha e Alto do Cruzeiro. Vamos dar um basta nesta situação”, disse ela.

Alto do Cruzeiro

José Santos e Edimilson de Souza, moradores do Alto do Cruzeiro em Riacho Doce, na comunidade do Conjunto Sonho de Antônio Duarte, também relataram que a situação é insustentável devido ao mau cheiro causado pelo Aterro Sanitário de Maceió. Segundo eles à noite os moradores não conseguem dormir e a situação se agrava a cada ano.

“É terrível! A noite não conseguimos dormir nem fazer nossas refeições devido ao mau cheiro”, disse Antônio Santos, que mora no local há cinco anos. As crianças e adolescentes também foram ouvido por nossa reportagem. Os menores alegam que sentem enjoos, dor de cabeça e ânsia de vômito por causa do mau cheiro.

Nos últimos anos, junto com o mau cheiro, outro problema tem surgido. Segundos os moradores as mosca tomaram conta da região, fato que constitui indícios de que o aterro sanitário não vem funcionamento de acordo com as normas ambientais.

Praias ameaçadas

Os problemas causados pelo funcionamento do aterro sanitário na chamada Bacia Hidrográfica do Pratagy chegaram às praias de Guaxuma, Riacho Doce de Gurgury, onde existem vários empreendimentos hoteleiros, imobiliários e condôminos.

Segundo o morador de Guaxuma, Ives Peixoto, o mau cheiro oriundo da presença do aterro sanitário de Maceió, já está presente nas casas localizadas no Litoral da região, entre a Praia da Seria e Guaxuma.

“Toda final de tarde se pode sentir o mau cheiro do lixo que vem do aterro sanitários, com o “terral” que sopra do continente para o mar”, disse ele, acrescentando que a situação se agrava a cada ano.

Ives Peixoto é engenheiro e tem acompanhado de perto toda problemática causada desde que o aterro sanitário foi instalado no local. Segundo ele a região é de mata atlântica e com muitos recursos hídricos e muito próximo do rio Pratagy, principal manancial de fornecimento de água para Maceió, além de estar a menos de 5 quilômetros das praias.

“Um foi um grande erro a escolha dessa região de mata atlântica e muitos rios para se instalar um equipamento sanitário tão danoso e perigoso para o meio ambiente. Falou mais alto os interesses particulares”, declarou ele. “O local mais adequado seria os tabuleiros entre as cidades do Pilar e Marechal Deodoro”, longe das praias e mananciais hídricos”, disse ainda ele.

“Agora estamos com um grande problema de poluição ambiental, que se agrava já que a expansão imobiliária urbana da capital avança e encontra esse problema ambiental terrível”, disse ele. Os problemas ambientais causados pela presença do aterro sanitário na região já estão afetando o mercado imobiliário na região, pois o mau cheiro é sentido todos os dias o que faz desvalorizar os imóveis e empreendimento que estão sendo consolidados.

Ives Peixoto disse também que bastante preocupado com as informações de que as barragens de chorume estão sangrando, conforme foto publicada em nosso blog. “Se essa barragem estourar será um dos maiores ambientais de Alagoas. Vai atingir as praias de todo Litoral Norte e Maceió”, disse ele.

“Vamos mobilizar todas as associações de moradores da região para discutir o problema e nos organizar. Vamos convidar as autoridades ambientais, justiça e organização ambientais. Será um grande movimento em torno da defesa da preservação ambiental, com forte indicativo de interdição imediata do aterro sanitária e sua transferência para outro local”, finalizou ele.

 

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