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Quadrilha abastece padarias com madeira retirada da caatinga
   6 de setembro de 2016   │     10:11  │  1

 

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A escassa vegetação da caatinga da região do semiárido continua sendo alvo de ações criminosas de vendedores de madeiras, que comercializam a madeira com proprietários de padaria do Sertão e do Agreste. Segundo donos de padarias que não concordam com essa prática, essa ação é orquestrada por uma quadrilha especializada em retirada da caatinga, transporte e venda em cidade como Delmiro Gouveia, Santana do Ipanema, Palmeira dos Índios e Arapiraca.

Semanalmente dezenas de caminhões transitam pela madrugada transportando essa madeira retirada criminosamente da caatinga do semiárido.  O modus operadi, segundo policiais do Batalhão Ambiental é planejado pelo dia para que o transporte ocorre pela madrugada. Os caminhões são carregados pela noite, assim que a caatinga é retirada. Pelo dia os caminhões ficam estacionados em postos de combustíveis e ficam escondidos entre carretas para que não sejam vistos.

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À noite os caminhões começam a circular pelas rodovias estaduais e iniciam a distribuição nas padarias e locais que transformam a madeira em carvão. Uma das cidades que mais se destina essa madeira é Arapiraca, onde muitos proprietários de padaria como também restaurantes e pizzarias compram criminosamente esse material.

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A polícia investiga também a informação de que uma grande industrial de produção de clínquer ( cimento) localizada na região metropolitana de Maceió estaria também comprando madeira retirada da caatinga. O assunto está sendo investigado.

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Apreensão

Uma guarnição do Batalhão  Ambiental, comandada pelo Capitão Sandro Ricardo e os sargentos Calheiros e Wiliams e o cabo Danielconseguiram apreender na madrugada de hoje (terça-feira), três caminhões carregados de madeira Jurema e Caatinga, retiradas das matas de semiárido alagoano.

Os caminhões estavam estacionados em um posto de gasolina localizado às margens da rodovia AL 220 em frente ao Grupo Coringa. Os veículos estavam escondidos entre as carregas paradas e a polícia chegou aos criminosos através de denuncia realizada . Os veículos foram apreendidos e levados para sede da 53 Distrito Policial, onde foi autuado Francisco Alexandre de 63 anos.

No local havia também mais dois caminhões carregados com algarobas, mas não foram apreendidos porque  apresentaram documentação.

Quem quer o Alagoinhas de volta?
   3 de setembro de 2016   │     1:29  │  1

FOTO ALAGOINHA

O que finalmente será erguido no lugar onde foi um dia o Clube Alagoinhas, na Praia de Ponta Verde? Quem sabe os próprios moradores do bairro pudessem opinar sobre o assunto. Entretanto parece que não há mais o fazer, já que os recursos disponibilizados pelo governo federal serão destinados para construção de um monumento, que servirá também de área de convivência e centro de atração turística.

Muitas informações e boatos foram veiculados na imprensa e se espalharam pela cidade, transformando-se em pauta das conversas, entre os freqüentadores de uma das praias mais belas do Nordeste – embora poluída – Ponta Verde. As tribos e confrarias que curtem a nossa “Copacabana” debateram nos últimos dias o assunto. Principalmente depois que nosso blog postou uma matéria sobre a construção de uma possível “concha”, onde era antigamente o saudoso clube alagoinhas. Informação que foi negada pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento e Turismo, que passou a bola para Secretaria Estadual de Infra estrutura (Seinfra).

Segundo a assessoria de imprensa da Seinfra, existe o projeto de construção de um espaço de convivência. A obra será dividida em duas etapas, sendo a primeira a realização de uma estrutura horizontal, onde haverá um espaço multieventos com quiosques, biblioteca, mirante, lanchonetes e até um aquário. O valor da primeira etapa é de R$ 11 milhões e o total, com a segunda etapa, é de R$ 18 milhões. O projeto já foi licitado e está em processo de análise do Ministério da Integração Nacional.

Diante dessa informação fica a indagação porque então se demoliu uma obra sob a alegação de ilegalidade e proteção ao meio ambiente, mas agora se pretende erguer  outra? O Alagoinhas podia até ser um “monstrengo”, mas já estava pronto e vinha servindo de atração turística.

Os danos ao meio ambiente foram recuperados ao longo dos últimos 50 anos, pela própria natureza que se encarregou de aproveitar a estrutura de concreto, estranha ao ambiente marinho, para fazer crescer corais e microorganismo, que ajuda no desenvolvimento do ecossistema. Vale lembrar também que crime maior cometido, contra a Praia de Ponta Verde, é a línguas sujas de esgoto, que correm a céu aberto. Pelo menos o saudoso Alagoinhas servia de espaço para badaladas festas e era o local mais disputado em noite de lua cheia.

Uma história de glamour

 

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O Clube Alagoinhas teve sua construção iniciada em 1960, quando ainda existia o famoso “gogó-da-ema”, que ficava bem em frente, onde hoje é uma praça que tem um monumento em homenagem ao coqueiro mais famoso do Brasil. Na época o local era um enorme coqueiral, onde os Vasconcelos eram praticamente os únicos a aproveitar esse paraíso.

Foi lá que o empresário Mauro Vasconcelos, quando ainda criança aprendeu a pisar em bosta das vacas, atendendo a um conselho de seu avô, que dizia que quem pisava em esterco de vaca ficava rico. A partir daí o pequeno Mauro saia todos os dias saia pela praia pisando nas melecas das vacas. E deu certo para Mauro, que hoje é dono de uma das mais conceituadas redes de hotéis em Alagoas e do disputadíssimo hotel Ponta Verde, onde se tomar o melhor café da manhã de Maceió.

 

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Mas vamos voltar ao nosso saudoso Clube Alagoas, que na verdade era denominado Iate Clube Alagoinhas, que teve o seu projeto arquitetônico vencedor de um concurso de arquitetura, por representar a proposta que melhor representava na época, o Movimento Moderno alagoano. O projeto foi de autoria da arquiteta Maia Nobre em pareceria com Edy Marreta. Tudo devidamente registrado no livro Movimento Moderno: a atitude alagoana de autoria de Maria Angélica Silva.

A partir daí o Alagoinhas cresceu e se transformou em um desafio de várias pessoas, que se associaram para levar a cabo a construção daquele monstrengo, que foi erguido sem levar em conta dos danos causados ao meio ambiente.

Erguido em área da União, pertencente ao povo brasileiro, o Alagoinhas se transformou em um clube privado da elite alagoana. O interessante é que apenas os oficiais da Marinha do Brasil tinham livre acesso ao Clube. Eles eram considerados sócios fundadores. Bastava apresentar a carteira de oficial da Marinha e se tinha acesso ao Clube.

 

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Mas tudo veio abaixo em 2006, quando uma ordem judicial determinou a demolição de toda construção e em 2103 foi dado o tiro de misericórdia com a demolição do teto. De lá para cá, o local ficou abandonado e muitos projetos rondavam ele como, por exemplo, a criação de um oceanário, em parceria com a Petrobrás. Esse projeto foi defendido por várias pessoas que viam ali a possibilidade de um grande atrativo turístico, como existe em Lisboa.

Entretanto o projeto do oceanário não vingou e agora ficou praticamente impossível com a crise que se abateu sobre a Petrobras. Resta apenas a proposta do governo federal para construção dessa área de convivência.