Usina Leão receberá, depois de 30 anos, o primeiro Mutum-de-Alagoas
   13 de setembro de 2016   │     10:03  │  0

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A volta do Mutum-de-Alagoas (Pauxi mitu) à terra dos Marechais está agendada para ocorrer em janeiro de 2017, segundo o presidente do Instituto de Preservação da Mata Atlântica (Ipma), Fernando Pinto. Ele se encontra desde ontem na cidade de Borá, em São Paulo, acompanhado do promotor de justiça Alberto Fonseca, do presidente do Instituto Pauxi Mitu, Antônio Guimarães, e do secretário executivo do Ipma, Gustavo Porongaba. A comitiva foi responsável pela transferência de seis casais de mutum para aquela cidade paulista, onde vão se reproduzir em cativeiro. Toda essa movimentação faz parte da agenda do Programa de Preservação do Mutum-de-Alagoas numa operação que será realizada para trazer de volta ao estado esse alagoano tão ilustre.

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Segundo Fernando Pinto, um viveiro está sendo preparado em uma área da Usina Leão, em Rio Largo, para receber o Mutum-de-Alagoas. Tudo vem sendo minuciosamente preparado para que essa ave tão rara possa voltar a morar na sua terra natal. “Estamos contando com o apoio de todos os associados do Sindicato das Indústrias do Açúcar e do Álcool para essa ação ambiental tão importante”, ressaltou o presidente do Ipma.

Ainda segundo ele, todas as usinas cooperadas já possuem áreas de Reservas Privadas de Preservação Ambiental (RPPM). “Esse é um grande passo para recuperar e preservar muito da nossa fauna e flora”, destacou o ambientalista. Alagoas é um estado que possui ainda uma das maiores áreas de mata atlântica preservada e necessita de mais atenção. Uma das maiores reservas é a mata de Murici, que já chegou a ser acolhida pela WWF e até mereceu atenção especial do príncipe Charles Phillip, da Inglaterra, na década de 90, que fez menção em discurso na ONU sobre a importância dessa reserva alagoana.

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Preparativos

A comitiva está desde a semana passada na missão de fazer os preparativos para o retorno desse alagoano, que desapareceu de nossas matas há mais de 30 anos e está entre as espécies mais raras do mundo. Atualmente, só existem 200 Mutuns-de-Alagoas vivendo em cativeiros, graças à ação do zoobotânico Marcelo Nardelli, que fez o regate de alguns casais em 1976 e os levou para o Rio de Janeiro, conseguindo salvar essa espécie da extinção.

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O Mutum-de-Alagoas, entretanto, continuava sofrendo risco de extinção, dessa vez com o fechamento do viveiro de Nardelli, por uma crise financeira, mas graças a uma ação rápida de ambientalistas, 24 espécies foram levadas para cidade mineira de Contagem, onde ficaram sob a guarda do Instituto de Pesquisa da Vida Selvagem (Crax). A transferência do mutum para terras mineiras foi coroada de sucesso e hoje são mais de 100 espécies vivendo em cativeiro.

 

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