Hoteleiros de Portugal acusam Governo de discriminar passageiros com restrições e prejudicar o turismo
   31 de agosto de 2021   │     10:33  │  0

 

Lisboa 31.09.21 – Raul Martins, Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) considera que o Governo de Portugal “está abertamente a prejudicar as empresas turísticas e, por essa via, a recuperação econômica do país”. O presidente da AHP diz que “será impossível que a retoma se faça, quando a concorrência está bem à nossa frente e estes mercados, fundamentais para Portugal, mais ainda porque viajam fora da época alta, não podem vir para o nosso país”.

Raul Martins disse também que o Governo Português prejudica também a TAP, que está passando por grande dificuldades financeiras. Segundo ele muitas rotas consolidadas e as novas que abriram novos mercados estão prejudicadas, principalmente no Brasil e Estados Unidos.

A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) aponta certa discriminação na aplicação das restrições e criticou o Governo por “não estar a aceitar o certificado de vacinação de cidadãos norte-americanos e brasileiros, bem como os certificados de vacinação de britânicos que estejam inoculados com a vacina da AstraZeneca fabricada na Índia”.

Em comunicado, a AHP diz que vários países europeus já o fazem, “como Espanha, França, Suíça e Alemanha”, e acusa o Governo português de estar “em contraciclo”.

A Associação diz na mesma nota que o Governo está a fazer uma comunicação “errática” e ausente de “orientações claras e inequívocas relativamente ao reconhecimento do Certificado de Vacinação de cidadãos provenientes dos Estados Unidos da América, Brasil e de alguns do Reino Unido”.

O presidente da AHP, Raul Martins, citado no comunicado, afirma que o Governo está “em contraciclo” e está “a esquecer uma orientação do Conselho Europeu já de há muito – isto é, que os Estados Membros podem seguir as orientações relativamente à aceitação de vacinas aprovadas pela OMS mesmo que não homologadas, ainda, pela EMA”.

Os passageiros provenientes da África do Sul, Brasil, Índia, Nepal e Reino Unido têm de cumprir, após entrada em Portugal, 14 dias de isolamento profilático no domicílio ou em local indicado pelas autoridades de saúde, especifica uma notícia da agência Lusa.

As excepções ao isolamento são as dos passageiros que se desloquem em viagens essenciais e cujo período de permanência em território português, atestado por bilhete de regresso, não exceda as 48 horas, escreve a Lusa.

Brasil

O absurdo maior é o praticado contra os passageiros procedentes do Brasil, que só podem viajar para Portugal por razões familiares, profissionais, de estudo ou humanitárias, tendo de apresentar um teste negativo à covid-19 e de cumprir um período de quarentena.

Já os passageiros do Reino Unido estão isentos de quarentena se apresentarem comprovativo de vacinação realizada em solo britânico e que ateste o esquema vacinal completo do respetivo titular, há pelo menos 14 dias, com uma vacina contra a covid-19 com autorização de introdução no mercado nos termos oficiais.

A Direção-Geral da Saúde (DGS), segundo a Lusa, está ainda a elaborar orientações sobre as vacinas contra a covid-19 Covishield (AstraZeneca) e a chinesa Sinovac, não aprovadas pela Agência Europeia do Medicamento (EMA), aguardando a decisão do Infarmed que lhe servirá de base, mas até lá, segundo a AHP, não estão a ser aceites certificados dessas vacinas.

Portugal reconhece apenas certificação de inoculações com vacinas aprovadas pela Agência Europeia do Medicamento, enquanto Espanha, por exemplo, segue o critério de validação da Organização Mundial da Saúde, que inclui outras vacinas.

A EMA, até ao momento, aprovou quatro vacinas, das farmacêuticas Pfizer, Moderna, AstraZeneca e Janssen. Enquanto isso o turismo em Portugal já contabiliza a falência de vários estabelecimentos hoteleiros, bares e restaurantes.

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