Os melhores aguardentes portugueses
   10 de maio de 2020   │     16:00  │  0

 

Havia outrora praticamente um alambique em cada adega, o hábito de destilar era a forma mais natural de dar destino a massas vínicas remanescentes, bem como aos bagaços, neste caso para produzir as inefáveis bagaceiras. Os portugueses são admiradores e consumidores ainda de ambos os tipos de aguardente, e o lado patrimonial é tanto ou mais importante que a vertente sustentável de toda a produção. Fundamental é que nada se desperdice. Esse é fio condutor que nos conduz e guia na epopeia gigantesca da aguardente, na sua forma mais subsidiária, ou seja, cada região com as suas características próprias. O tempo foi assim esculpindo as grandes proveniências de aguardentes nacionais, verdadeira massa moldável posta ao nosso serviço, para nosso inteiro prazer. Cabe-nos explorá-la e conhecê-la.

1 | Quinta do Rol Aguardente Velha XO (39,5%) 50cl
Quinta do Rol – 75 euros

Destilada a partir de vinhos das castas Ugni Blanc, Malvasia Fina e Alicante Branco. Estagia em diferentes tipos de madeira, ao longo de cerca de 10 anos. Aromas de frutos secos com mel, casca de laranja e especiarias. Na boca, mostra-se copiosa e macia, dando muito prazer a beber. É a mais representativa da denominação de origem.

2 | São Domingos Prestígio (40%) 70cl
Caves Solar São Domingos – 95 euros
Aromas frutados e florais, com notas de especiarias, ameixa, baunilha e frutos secos. Maravilha das maravilhas que Portugal esconde e revela a quem as quer conhecer e provar. Envelhecimento em cascos de carvalho francês limousin de 250 litros ao longo de mais de 30 anos. Difícil é para de beber, tal a suavidade e cuidado posto no pormenor.

 

3 | Quinta do Sanguinhal Reserva (40%) 70cl
Comp. Agr. Sanguinhal – 55 euros
Distingue-se de todas as outras aguardentes nacionais pelas notas pungentes de mel e tangerina, desde o início ao fim da prova. Muito frutada e fumada, provém dos míticos alambiques instalados por Abel Pereira da Fonseca na Quinta do Sanguinhal, entre Bombarral e Óbidos. Não entende a região de Lisboa quem não visita esta casa. Sabor clássico e forte, sugestões de frutos vermelhos e chocolate preto.

4 | Adega Velha Duplo Estágio 13 Anos (40%) 70cl
Aveleda – 48 euros
Doze anos de estágio em barricas de aguardente, a que se seguiu um ano em cascos de vinho do Porto Vale D. Maria. Experiência inédita, muito bem sucedida, a aguardente ganha em requinte e sabor. A integração recente da quinta duriense no universo Aveleda já está a dar mostras da excelência e adequação da operação. Podemos esperar muito desta operação ainda.

5 | Caves de Valpaços 40º Aniversário (44%) 70cl
Ad. Coop. Valpaços – 30 euros
Uma aguardente histórica, que continua a dar muito prazer a beber. Valpaços é muito importante no cenário vínico nacional, representando ora património ora resistência e sustentabilidade. A região transmontana pode e deve orgulhar-se do património de destilados que ao longos dos anos construiu. O consumo dentro da região é facto insofismável, sinal de adequação e serviço à comunidade

 

 

 | Dona Paterna Aguardente Vínica de Alvarinho XO (39%) 50cl
Carlos Alberto Codesso – 75 euros
Lote de aguardentes idade média 30 anos. A casa é relativamente recente na produção de aguardentes, mas o trabalho que tem feito é fundador e merece registo especial. A destilação é criteriosamente feita de acordo com os cânones ancestrais, respeito total pela tradição. A qualidade alcançada é notável, e é seguramente mais uma coroa de glória para a casta Alvarinho.

7 | Vinha do Contador (41,5%) 50cl
Paço dos Cunhas de Santar – 80 euros
Osvaldo Amado é um dos mais inspirados e cultos enólogos de Portugal, a sua marca já lhe assegura lugar cativo na galeria dos notáveis de Portugal. O seu labor é conhecido e apreciado, mas talvez o seu trabalho nos destilados não seja tão conhecido quanto aquele que desenvolveu nos restantes estilos.

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