Maceió: um paraíso ameaçado
   6 de agosto de 2019   │     12:09  │  0

A atividade turística em Alagoas se transformou numa esperança de desenvolvimento econômico que se consolida a cada ano, com mais investimentos hoteleiros e também melhoria dos serviços prestados. Nosso Estado, que antes tinha como lastro de sua economia a agroindústria sucroalcooleira, com vastos campos de cana-de-açúcar, herança ainda dos senhores de engenho que desmataram milhares de hectares de mata atlântica, dizimaram espécies de aves e animais, faliu e não dá provas que poderá ressurgir por vários motivos.

Primeiro com o advento do carro elétrico, que começa a chegar ao Brasil e depois da forte campanha contra o consumo de açúcar, que comprovadamente faz mal saúde. Restou a Alagoas recuperar seu potencial natural e preservar, o que ainda existe como nossas praias, mangues e matas.

Um casamento perfeito Meio Ambiente e Turismo. Dentro desse contexto, Maceió consolida-se como um dos destinos turísticos mais procurados do Brasil, graças aos esforços do trade turístico que em parceria com o Poder Público Estadual e Municipal, que vêm conquistando vitórias importantes, como a recuperação de nossas praias, melhoria na urbanização e disciplinamento do trânsito e comércio de ambulantes, além da elaboração de um calendário de eventos, que tem atraído muitos turistas, um esforço realizado pela Prefeitura de Maceió, que merece aplausos pelo esforço realizado e principalmente a Secretaria Municipal de Turismo pela dedicação neste sentido.

Contudo uma nódoa existe e precisar ser retirada dessa aquarela maravilhosa que se chama Maceió: o aterro sanitário. Uma ferida purulenta que foi instalada, segundo técnicos ambientais, representantes do setor imobiliário e turístico, dentro da área de expansão urbana da capital e vizinho à Bacia Hidrográfica do Pratagy, que mata a sede de milhares de a maceioense.

O aterro sanitário de Maceió é uma ameaça ao meio ambiente, ao crescimento urbanístico e às nossas praias, diante do perigo de vazamentos de chorume e poluição aérea na região Norte. Um problema que os moradores mais próximos não suportam mais e que deve se expandir para outras áreas, que hoje são alvos de projetos imobiliários importantes para o mercado.

Já se pode sentir o mau cheiro vindo das células de compostagem de resíduos sólidos, quando sopra o vento terral sobre os condomínios mais luxuosos de Guaxuma, Riacho Doce e Garça Torta. Os pequeninos riachos que chegam às praias, já apresentam também mau cheiro e cor de água diferente de tempos atrás, indícios de que algo está acontecendo de errado.

A presenças do urubus e moscas, se tornam também sinais de que o novo “o lixão” está crescendo e expandindo seus males para todos que residem próximos. Nas últimas semanas vários flagrantes foram realizados pela Polícia e pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA), reforçando uma verdade de fatos, que não se pode negar. Agora a decisão está nas mãos do Ministério Público Estadual, que deverá avaliar a situação, tendo como base os fatos já constatados e a recomendação do órgão ambiental estadual que é o IMA, que já recomendou o encerramento do aterro sanitário de forma definitiva.

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