Moradores bloqueiam acesso ao aterro/lixão de Maceió em protesto
   10 de junho de 2019   │     21:49  │  0

 

Os moradores das comunidades próximas ao Aterro Sanitário de Maceió fizeram hoje um protesto bloqueando o acesso dos caminhões que transportavam resíduos. Segundo as lideranças comunitárias o bloqueio deverá se repetir todas as segundas-feiras. Os moradores disseram que a situação é insustentável e não há mais como conviver com a poluição gerada pelo “lixão” em que se transformou o aterro.

Os lideres comunitários gravaram vídeos mostrando a situação do chorume, que fica pelas ruas dos conjuntos residenciais. O mais grave relatado pelos moradores foi a morte de duas pessoas que teriam contraído uma bactéria no chorume que fica derramado pelas ruas.

Lideranças disseram que paciência tem limites e os bloqueios vão continuar

As crianças e os idosos são as principais vitimas da situação. Todos sofrem com enjoos, ânsia de vomito, dores de cabeça e falta de apetite, além da grande quantidade de moscas que existem. Segundo eles, todos os problemas são consequências da presença do Aterro Sanitário, em um local urbano, dentro da cidade de Maceió.

Chorume derramado pelo caminho pode ter causado a morte por bactérias de duas pessoas na comunidade, segundo lideranças dos moradores

A revolta dos moradores é também com falta de atitude das autoridades, que não se posicionam com relação ao problema e preferem acreditar nos empresários que lucram com a poluição do Aterro, do que nos humildes moradores das comunidades. “Mas tudo tem limite. Somos seres humanos e merecemos respeito. Vamos bloquear todas as segundas-feiras o acesso e se não fizerem nada vamos fechar definitivamente o acesso ao “lixão”, avisou uma das lideranças comunitárias.

Procurador Geral de Justiça, Alfredo Gaspar determinou a apuração das denuncias

Ministério Púbico

O Procurador Geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça ficou estarrecido com as imagens. “Um absurdo. Já determinei prioridade na apuração de todas as denuncias, inclusive a de que o aterro sanitário está com sua licença ambiental para o funcionamento suspensa desde 2016”, declarou ele. “Já pedi ao promotor Alberto Fonseca, uma pessoa também muito sensível aos problemas ambientais e ao doutor Jorge Doria, além da Doutora Fernanda Moreira, que a situação não pode mais continuar como está”, declarou o Procurador Geral.

Bastante sensibilizado com a situação, Alfredo Gaspar voltou a afirmar que o Ministério Público vai se empenhar para apurar tudo e não está descartada a possibilidade de ele pessoalmente visitar o aterro sanitário a qualquer momento, para evitar possíveis “mascaramento” do cenário existente.

O Procurador Geral de Justiça de Alagoas é destaque nacional por ter sido uma das autoridades que mais lutou pelo encerramento dos lixões no Estado, sendo o primeiro no Brasil a cumprir o 12.305/10, que determinou o encerramento dos lixões em agosto de 2014. A iniciativa vem sendo elogiada por várias entidades ambientalistas nacionais e internacionais.

Vários países estão de olho nas manobras no Congresso Nacional, para tentar prorrogar o prazo dos lixões no Brasil e prometem que se isso acontecer vão contra-atacar deixando de comprar os produtos do agronegócio brasileiro, começando pela soja e a carne, o que abalaria a economia do país.

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