A Braskem vai embora, mas antes pague os prejuízos sociais e ambientais
   19 de maio de 2019   │     21:43  │  1

 

Quando se coloca na pauta da discussão, sobre os problemas ambientais causados pela extração de sal-gema, os possíveis prejuízos financeiros que se pode ter com a saída da Braskem, vê logo o grau de insanidade dos defensores desse crime ambiental cometido contra Maceió. O objetivo é que tentar fazer com que essa atrocidade continue sendo cometida em nome do capital.

Colocam na mesma balança o dinheiro e as vidas, além do futuro das próximas gerações é um crime. A pauta deveria ser as formas indenizar a população pelos problemas causados. Se a Braskem vai embora, que vá, mas antes pague pelos danos ambientais e sociais que causou a Alagoas e principalmente a Maceió.

O primeiro passo é fazer o levantamento do passivo ambiental, que a extração de sal-gema deixou e o valor para indenizar as milhares de famílias dos bairros afetados, além dos empreendedores que têm seus negócios instalados nos bairros afetados.

Entretanto a estratégia da contra informação do marketing é inchar os números do “faturamento” da Braskem, para tentar dar legitimidade à atividade de extração da sal-gema.

Graças ao Sindifisco, a verdade está vindo à tona, mostrando que essa empresa tem um participação tributaria pequena para com o fisco e também gera pouquíssimos empregos. Por se tratar de uma atividade altamente perigosa a vida humana e que todo processo de produção é praticamente automatizado.

Os únicos postos de trabalho que realmente gera, são os indiretos sendo que 80% deles pagam salário mínimo, em serviços temporários de manutenção (serviços braçais), que agora são supervalorizados, para justiçar sua permanência.

A fábrica foi instalada em uma região urbana, à pouco mais de 6 quilômetros do centro da cidade, próximo a estádio de futebol, Unidade de Emergência, Corpo de Bombeiros e às praias que são o cartão postal do turismo de Alagoas.

Na época da instalação da unidade de produção de soda caustica, o Brasil vivia sobre a ditadura militar, que tinha como Presidente da Republica o General Ernesto Geisel (que ao sair do cargo assumiu a presidência da Salgema, empresa que na época era dona do empreendimento).

A instalação naquele local foi questionando por vários ambientalistas. Entre os quais estavam jornalistas como Freitas Neto, Anivaldo Miranda,  Ênio Lins, Aldo Rebelo, Denis Agra e os deputados Eduardo Bonfim e Selma Bandeira, que denunciavam o crime que estava cometendo contra Maceió, colocando em risco a vida da população.

É preciso resgatar a história para desmascarar essa estratégia de tentar fazer com que a exploração de sal-gema continue. A população deve focar os objetivos, na busca junto à Justiça dos direitos financeiros que têm e cobrar o Estado e principalmente a prefeitura de Maceió, que unam forças para isso e evitar cair na estratégia de desviar a pauta: indenização já! E compensações de recuperação ambiental.

Sugaram todo o sangue do corpo e agora querem se livrar do cadáver. Se a Braskem vai embora, que se vá, mas antes pague o preço dos danos causados. É hora de um grande movimento surgir em defesa dos reparos ambientais e sociais causados pela exploração de sal-gema.

 

 

 

COMENTÁRIOS
1

A área de comentários visa promover um debate sobre o assunto tratado na matéria. Comentários com tons ofensivos, preconceituosos e que que firam a ética e a moral não serão liberados.

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do blogueiro.

  1. marcelo

    Se realmente a Braskem for embora, voltarão os investimentos na praia do pontal. Será uma nova Ponta Verde. Só temos a ganhar. Dará mais emprego que a fábrica.

    Reply

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *