Barragem com chorume em Maceió é denunciada em Brasília
   17 de maio de 2019   │     12:58  │  0

 

O Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF) reunido em Brasília, para discutir os assuntos relativos aos problemas ambientais que envolvem o rio, como as por exemplo as Barragens, se posicionou sobre o perigo de rompimento da barragem de chorume do aterro sanitário de Maceió, depois de ver as fotos aéreas do local, onde um dos paredões está vertendo chorume não tratado pela encosta e atingindo um aérea de vegetação.

O Comitê disse que vai acompanhar de perto o problema e se necessário solicitar uma analise técnica das condições das barragens de chorume, já que a Instituição está solicitando através da Fiscalização Preventiva Integradas (FPI) um levantamento de todas as barragens.

Segundo o jornalista e presidente do Comitê, Anivaldo Miranda, embora a região não faça parte da Bacia Hidrográfica do São Francisco, se ocorrer o rompimento da barragem todo litoral de Alagoas está comprometido, sem falar de milhares de vidas dos moradores dos bairros próximos, como Benedito Bentes, Guaxuma, Riacho Doce e Gurguri.

Os técnicos ambientalistas que participam da reunião do Comitê alertaram para o perigo do vazamento de chorume atingir o sistema de abastecimento Pratagy e deixar toda Maceió sem água potável, que será um caos urbano na capital alagoana.

Visita

Hoje pela manhã ocorreu uma visita de representantes do Ministério Público Federal e Estadual, além de representantes do trade turístico alagoano, mas em a presença dos técnicos do IMA e da Secretaria Estadual Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) e representantes das comunidades. A visita foi promovida pelos gestores que operacionalizam o aterro sanitário.

A ida da comitiva ao Aterro Sanitário teve como motivação o laudo laboratorial realizado pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA), que atestou que o chorume “tratado” pela usina existente no local está fora dos padrões ambientais para descarte, segundo as normas Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama).

Laudo do IMA

Segundo o laudo, o chorume que está sendo descartado possui alto teor de metais pesados altamente danosos ao meio ambiente e principalmente a saúde humana. Outra denuncia feita pelo IMA é que o riacho Jacarezinho, que desagua nas praias de Guaxuma e Riacho Doces apresentou presença dos mesmos metais pesadas apontados no laudo realizado.

Segundo laudo emitido pelo Instituto do Meio Ambiente no final do ano passado após estudos laboratoriais realizados diz que: “ a) QUE o sistema de tratamento de efluentes do Aterro Sanitário de Maceió, NÃO atende as condições de tratamento de chorume produzido no Aterro Sanitário, no que estabelece a Resolução do CONAMA nº 430/2011 para as Condições e Padrões de Lançamento de Efluentes, principalmente em cumprimento a Resolução nº 357/2005, Arts 15, 18 e 42”.

Os testes pelo IMA no Instituto de Tecnologia e Pesquisa, em Aracaju/SE apontam que a estação de tratamento não está conseguindo tratar os metais pesados, existentes no chorume do Aterro Sanitário de Maceió.

Polícia Federal 

Inquérito PF

Os problemas que envolvem o funcionamento do Aterro Sanitário de Maceió são antigos e chegou a se transformar em um inquérito da Polícia Federal ( 0207/2012-4 SR/PF/AL), que corre em sigilo, pois apura várias irregularidades. A denuncia foi realizada através do Sistema de Denuncia on line ao Ministério Público Federal, que aguarda que a delegada Tatiana de Barros Bonaparte, conclua as diligências que começaram desde ano passado.

As consequências para o meio ambiente, segundo os ambientalistas só se agravam como por exemplo, a constatação pelo IMA de que os recursos hídricos existentes próximos ao Aterro Sanitário de Maceió estão sofrendo contaminação.

 

 

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