Insustentável: moradores em Arapiraca pedem interdição de graxaria dentro da Frigovale
   14 de maio de 2019   │     11:28  │  2

O presidente da Associação de Desenvolvimento Comunitário dos Moradores do Conjunto Brisa do Lago em Arapiraca, Pastor Marcelo Ramos, disse que a situação das 2.900 famílias que residem na comunidade é insustentável. Segundo ele a poluição aérea causada pela empresa Campo do Gado, que funciona dentro do frigorífico Frigovale são a causas. Pastor Marcelo, como é conhecido disse que a comunidade pretende ir às ruas protestar com contra os crimes contra o meio ambiente e também os danos à saúde pública que estão sendo cometidos e pedir justiça.

O representante comunitário e religioso disse que a vida humana está acima de qualquer coisa e relatou o desespero vivido da população, depois da liminar concedida pela justiça, que liberou o funcionamento da graxaria, que foi interditada pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA) semana passada.

“O mau cheiro havia desaparecido e voltamos a respirar”, disse ele. “Entretanto com a liberação dada pela Justiça para o funcionamento, a situação piorou porque eles incineram material acumulado de três dias com a agravante porque estava podre”, disse o representante da comunidade.

Pastor Marcelo Ramos a empresa Campo do Gado está processando restos de animais de vários lugares inclusive de outros estados. “Caminhões carregando restos de animais chegam diariamente a Frigovale. Material podre cujo odor é sentido a distancia”, disse ele.

IMA

O IMA, através de sua assessoria enviou um documento relatando as inúmeras irregularidades cometidas pela empresa Campo do Gado, que não possui licença ambiental para funcionar.

Ação realizada no dia 08/05 em Arapiraca na empresa CAMPO DO GADO. Equipes: ADEAL, IMA, BPA.
A indústria Campo do Gado foi autuada e interditada por prosseguir em atividade potencialmente poluidora sem licença ambiental, descarte irregular de resíduos sólidos, lançamento de efluentes sem tratamento diretamente no solo e por possui madeira nativa para uso da caldeira sem DOF. O valor total das multas aplicadas chega a R$97.556,40 reais.
Foram também aprendidos 4 caminhões com resíduos de origem animal com uma carga estimada de 15 toneladas. Os caminhões nao possuíam autorização para transporte de resíduos perigosos.
O BPA conduziu a responsável técnica Carla até a delegacia onde foi lavrado um boletim de ocorrência e a mesma negou-se a assinar as autuações
”.

Audiência

O representante da comunidade disse que a paciência da comunidade está acabando e que eles têm buscado negociar com a Frigovale e a Campo Grande uma forma de solução do problema ambiental e de também de saúde pública, mas a situação é desespero.

Pastor Marcelo Ramos lamentou a ausência do IMA na audiência pública realizada na segunda-feira (13). “A presença do IMA seria importante porque a Juíza, responsável pela 2 Vara Cível, Clarissa Oliveira, poderia ter acesso ao laudo que diz que a empresa Campo do Gado, não tem licença ambiental para funcionar”, disse ele. O IMA justificou a ausência alegando que não recebeu a convocação.

“São milhares de pessoas que estão sofrendo com essa situação e que deveriam ser levadas em consideração. São 2.900 famílias e prejudicadas na saúde e no direito a educação nas escolas do bairro”, declarou ele.

Pastor Marcelo disse que a comunidade esta disposta e ir para às ruas protestar e que aguarda as 72 horas, que foram datas para o IMA apresentar o laudo de interdição da empresa Campo do Gado. “Vamos realizar uma grande assembleia geral dos moradores com a cinco associações para cobrar uma solução em favor das vidas das pessoas”, disse ele, acrescentando que agora a única esperança está nas mãos da magistrada Clarissa Oliveira da 2 º Vara Cível de Arapiraca.

COMENTÁRIOS
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  1. José Renato da Rocha

    Quem realmente estar por trás dessa empresa? Forças ocultas a sustentam e dão suporte. Essa empresa surgiu depois que o governo do estado fechou inúmeros frigoríficos no interior dos nosso estado.
    Essa empresa ficou operando sozinha, os prefeitos, estranhamente, não se esforçam para recuperar ou construir matadouros em suas respectivas cidades. Quem são os sócios controladores desta empresa ditadora, que não respeita nem os órgãos ambientais? É tudo muito estranho! Coisa do tipo só acontece num país como esse, onde as leis existem para ser desrespeitadas.

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  2. Ecossistema equilibrado

    Tenho acompanhado esse sofrimento da populacao circunzinha dessa GRAXIA de Arapiraca pelo radio, no Programa do Mazart. Fiquei treste quando soube que o magistrado de Arapiraca suspendeu a interdicao dos orgaos ambientais competentes, alegando ilegalidade. A Lei dos Crimes Ambientais reza que a atitude de fiscalizacao daqueles orgaos nao pode ser impedida. Resta, agora, a populacao local acionar o MP para que seja instaurado Inquerito Civil, solicitar analise de olfatimetria dinamica, porque isso e caso de saude publica, e os crimes cometidos pela empresa sao de acao publica incodicionada, a coletividade esta sendo vitima.

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