Deficit de US$ 13 bilhões na balança comercial do turismo
   11 de agosto de 2018   │     7:21  │  0

 

Para a presidente da Associação Brasileira de Operadoras de Turismo (Braztoa), Magda Nassar o mercado interno no Brasil deve ser trabalhado para movimentar o setor. Segundo ela o país possui polos emissores de turismo muitos bons, que consegue movimentar a economia de várias regiões.

A entrevista da presidente da Braztoa foi concedida no final de julho, quando ocorreu em Maceió a reunião da entidade. No bate papo que ocorreu com jornalistas estavam presentes o secretário estadual de desenvolvimento e turismo de Alagoas, Rafael Brito, além do representante do Ministério do Turismo, Bob Santos (MTur).

Entretanto o fomento do mercado interno de turista não resolve o déficit na balança comercial do setor, já que chega US$ 13,2 bilhões. O Brasil só consegui trazer para dentro do país US$ 5 bilhões, enquanto os brasileiros levaram para fora US$ 19 bilhões. Isto demonstra que algo está errado nas declarações da presidente da Braztoa. Já que somente com politicas de divulgação do Brasil, em mercados externoscomo Europa e Estados Unidos essa situação poderia ser revertida.

Para os empresários que trabalham com receptivo o Brasil precisa de divisa externas, captar recursos vindos através do turismo, ajuda a balança comercial. Para eles o mercado interno é importante, mas suscetível aos ventos políticos que sempre causam tempestades na economia. É preciso buscar mercados sólidos.

Politicas de investimentos

No bate papo cobramos dos entes públicos a melhora da infraestrutura, como estradas, telefonia móvel, internet, abastecimento de água e energia elétrica e principalmente segurança pública e proteção ao meio ambiente. Sem uma política definida para o setor de turismo seremos sempre um polo emissor de turistas, limitando a geração de emprego e renda.

O representante do MTUr, Bob Santos disse que uma das saídas para ampliação da atividade turística no Brasil é a aprovação da Lei Geral do Turismo, que esta travada no Congresso Nacional há mais de um ano. Segundo ele os parlamentares encheram o projeto de “jabutis” e inviabilizaram sua votação, prejudicando ao empresariado e ao país.

Bob Santos disse que uma das grandes ações de governo, que também ajudaria a fomentar o mercado interno de turismo, seria a proposta batizada “céus abertos”, que possibilita a instalação de companhias aéreas internacionais no Brasil, praticando preços superbaixo para viagens. Hoje o Brasil possui uma das passagens aéreas mais caras do mundo, graças a uma legislação caduca, que beneficia o monopólio da venda de passagens.

Incentivos fiscais

O Brasil já não tem um grande fluxo de turistas internacionais do primeiro mundo (Europa e Estados Unidos) e agora vem perdendo ainda mais para as republiquetas do Caribe, principalmente Cuba, onde o governo subsidia em 10% os voos charter, isenta de impostos hotéis e não cobra taxas aeroportuárias.

 

Essas medidas de incentivo ao turismo têm aumentado as receitas cubanas, que também foram copiadas por outros países da região. O MTur não tem ainda os números das perdas brasileiras para o Caribe, mas um operador português afirma que o Brasil perdeu muito nos últimos anos. “Os pacotes vendidos para as Caraíbas (Caribe) estão com preços melhores que o Brasil. Apesar dos portugueses gostarem do Brasil, o bolso fala mais alto e todos querem economizar”, disse o operador.

Além disso, segundo o operador português, nos últimos anos as notícias que chegam do Brasil na Europa são as piores possíveis. “Você iria para um país que tem um aplicativo de orientação para população, com o nome ‘onde tem tiroteio’? Eu não iria, nem recomendaria”.

O Brasil está em baixa em vendas e precisa urgentemente de uma política na área de turismo, que é uma das atividades que mais geram emprego no mundo. De cada cinco postos de trabalho que surge no mundo, um é está no segmento turismo. Este número bastaria para um governante inteligente se posicionar.

Alagoas se destaca

Alagoas se destacou os últimos anos com o recebimento de um grande fluxo de turistas internacionais, vindos principalmente de países vizinhos como Argentina e Chile. Ações integradas do governo do estado e empresários surtiu um bom resultado. Entretanto para observadores do setor é necessário investir em mercados mais sólidos como a Europa e Estados Unidos. Com essa finalidade empresários e governo plantaram sua primeira semente em março na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), onde foram realizados contatos importantes para viabilizar voos charter e regulares para Alagoas, com turistas portugueses.

Ao contrário do Brasil, Alagoas está trabalhando para viabilizar a internacionalização do turismo e para isso já se faz necessário investimento na melhoria da mão de obra, qualificando e capacitando, além de investimentos em obras de infraesturtura como estradas, que já estão acontecendo.

 

Segundos os empresários do setor e o secretário Rafael Brito, a expectativa é que os projetos que estão sendo trabalhando em Portugal sejam consolidados a partir do final desse ano, com a vinda de voos charters e o estabelecimento dos voos regulares da companhia aérea TAP.

 

 

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